19 de ago. de 2012

A ÚLTIMA BONECA





Procurou-se dentro das caixas de sapatos, nos cabides, nos perfumes.No mentiroso porta-joias e nos intrusos livros.Entre guardanapos, guarda-roupas e criados-mudos, silenciar-se era uma tradição.Não se desfez do amigo imaginário, até hoje brincam de médico.Não adivinhou quem eram seus admiradores secretos e continuou trocando os amores de números errados.Um passado a corrigir e um futuro a prevenir, a criança ficou sem presente.O que será que ela quer ser antes de morrer.

Gosto do sono diurnoSonhos fragmentados são mais fáceis de serem controladosSorrateiramente escondo dentro deles minhas pessoasSe não fossem as companhias, diria que é quase como estar acordada

Que dadiva são os cabelosNão parecem ser de gente, parecem ser de bonecasPenteá-los é como ser de mentiraQue alivio, ser de mentira não dói














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